Incrível história de Derek Rabelo

EM AÇÃO Derek coloca para baixo em Pipe. Venceu escolhendo o caminho tortuoso
APRESENTAÇÃO Em vídeo, ele conta como, um dia, resolveu dar asas ao sonho
O capixaba Derek Rabelo é mais um que escolheu viver pelo caminho difícil. E as trilhas árduas, mais que desafiadoras, trazem sempre duras provas diárias, que nos puxam insistentemente para a desistência - parece até ser de caso pensado. Uns seguem adiante, como Derek, outros, feridos, ficam para trás. Deficiente visual, o garoto decidiu, um dia, que queria surfar. Depois de aprender, com todos os limites impostos pelo seu corpo, quis dar um passo maior. Cair Pipeline, no Havaí, era mais que um desejo. Destino é o nome correto. Ajudado pela congregação "Souls for Jesus", que o ajudou na viagem, ele conseguiu.

Derek hipnotizou um crowd hostil. Mas seu desejo de romper barreiras era tamanho que não só deu exemplo de força e fé, como recebeu a ajuda dos locais que dominam o pico. Surfou direitinho. Levou algumas vacas, mas saiu fortalecido. Na crença e no surfe.

Mais tarde, o fotógrafo Bruno Lemos, que reside no Havaí, reuniu o brasileiro - palavra que só em ser pronunciada no arquipélago causa a inquietação dos havaianos - com Makua Rothman, filho de Fastie Eddie, espécie de xerifão do Norte Shore, para uma nova sessão em Pipe.

O encontro foi emocionante. Derek recebeu uma prancha nova de Makua, local indigesto com várias passagens mal-humoradas ante brasileiros. Num desses acessos de ódio, época dessas, socou o pernambucano Paulo Moura no rosto por nada. O agredido nada pôde fazer. Sob a condição de conhecer a fúria de outros havaianos ferozes como Makua.

Makua e seus amigos, desta vez, ladearam Derek. Nada de agressão. Pelo contrário. O protegeram em Pipe e viram o meninos deslizar em ondas incríveis. Na saída da água, nas imagens de Bruno Lemos, o black trunk não escondeu que estava ali, frente a frente, com o seu herói. Por uma dessas ironias da vida, um brasileiro.

O início de tudo


Surfe com Makua e amigos

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